O secretário de Estado da Indústria e Comércio, Simplício Araújo anunciou neste final de semana que processará o senador Roberto Rocha (PSDB).
Os dois começaram uma discussão que teve início por causa da fabricação da Cerveja Heineken, que tem como característica a garrafa verde.
De acordo com Roberto Rocha, o grupo Brasil Kirin teria desistido de fabricar a verdinha no Maranhão em decorrência dos altos impostos cobrados pelo governo Flávio Dino (PCdoB).
Integrantes do mesmo grupo de aplicativo whatsApp, o Secretário de Indústria refutou as afirmações do senador.
Foi o bastante para a discussão terminar em baixaria, acusações e ameaças.
O caso agora será uma questão da Justiça.
Abaixo, leia a carta divulgada pelo secretário:
Desde 2016, ao lado da minha equipe na Secretaria de Indústria, Comércio e Energia, trabalhamos para o fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca, sempre em articulação com as demais secretarias do setor produtivo, com a sociedade civil, com os produtores.
Jamais foi um trabalho trivial, trata-se de um Programa de Governo maior, que faz parte de uma lógica de desenvolvimento do Maranhão, pensada a partir das principais cadeias produtivas do Estado com a missão de impactar, sobretudo no caso da mandioca, os pequenos produtores.
Foi assim, pensando numa política pública de desenvolvimento sócio-produtivo, que pensamos a fabricação de uma cerveja que pudesse adquirir parte da produção e garantir a consolidação de um trabalho que estávamos realizando com muito esforço em várias outras cadeias produtivas do Estado.
Durante esta semana, na tentativa de atingir o governador do Estado, vi meu trabalho e o da minha equipe ser agredido em blogs e em um grupo de importantes formadores de opinião da cidade de Balsas.
“Ridículo” foi a palavra que me veio à mente, naquele momento, para classificar a agressão a um trabalho que os maranhenses reconhecem como importante contribuição para milhares de famílias pobres e para a autoestima do nosso estado, com a linha de produção de mais um produto nosso sendo consumido em larga escala.
Ridículo aos olhos do Maranhão apelar-se para agressões rasteiras na tentativa de defesa de uma multinacional que também está instalada em nosso estado e que, igualmente, possui incentivos fiscais para operar no Estado. Uma atitude que, além de tudo evidencia profundo destempero emocional e desconhecimento da política tributária nacional, onde o peso dos impostos federais e seu impacto sobre os negócios é o grande problema a ser enfrentado.
Neste caso em particular, é muito importante esclarecer que a empresa citada possui também benefícios fiscais, podendo inclusive aderir aos benefícios relacionados à cadeia da mandioca, pois o incentivo não é exclusivo, ele apenas exige que a empresa desenvolva um produto que utilize a mandioca Maranhense, comprada de pequenos produtores rurais, como matéria prima.
Em nenhum momento tratei, citei ou ataquei filho, mãe ou pai, nem mesmo qualquer parente de quem quer que fosse.
Ainda assim, fui ameaçado, tive a memória de minha mãe desrespeitada, atacada e exposta em público da maneira mais baixa e sórdida.
Minha mãe foi uma mulher pobre e honrada, que lutou muito na vida para criar a mim e mais quatro irmãos, todos homens, e teve uma morte extremamente dolorosa para ela e para todos nós filhos e familiares. Minha mãe ficou mais de 40 dias entubada, lutando contra a morte.
Poucos sabem disso, aliás a minha vida inteira é cheia de grandes cicatrizes, luto muito, já cheguei a trabalhar três expedientes por dia, sacrifiquei parte da minha vida para ajudar parte dos meus irmãos, um deles dependente até hoje, tive dificuldades gigantescas e elas têm feito parte da minha vida.
Eleições perdidas, prejuízos materiais, decepções, traições, frustrações…
Nunca esmoreci, porque não é da minha índole desistir. Sempre estive pronto para a luta e também tenho vitórias abençoadas, que me levam a ajoelhar em casa e agradecer a Deus que tem me acompanhado nesta trajetória desde que saí de casa, aos 14 anos para estudar.
Jamais esperava que um debate sobre um assunto político fosse tratado de forma tão destemperada, desrespeitosa e odiosamente atingisse a maior das perdas que eu já tive na vida, a minha mãe.
Quero comunicar publicamente que estou tomando atitudes em decorrência desse triste e lamentável ataque e das ameaças.
A primeira é iniciar uma campanha nas escolas, ruas, bairros, redes e cidades exigindo que as contendas, debates e pautas de todos os políticos e pretensos candidatos sejam realizadas sem levar a família ou a vida particular das pessoas para palanques, campanhas políticas e redes sociais. A política deve ser usada para melhorar a sociedade e não para piorá-la a ponto de degradar a instituição mais tradicional que é a família e a figura materna, o mais divino dos seres e que merece o maior respeito de todos.
A segunda providência é promover uma campanha visando deixar de fora da política os negócios pessoais. Nos tempos atuais vejo que, em não encontrando motivos para fazer oposição, cobrar ou apontar erros dos governos, existem aqueles que desconhecem a luta dos que batalham permanentemente para construir um sonho, atacando feroz e vorazmente negócios privados para tentar auferir lucros políticos.
Por fim, em nome de minha mãe e de todas as mães maranhenses que sofreram ou sofrem para dar uma vida melhor a seus filhos, vou acionar a justiça em decorrência das calúnias, injúrias e ataques à memória e história de vida dela, além das ameaças reiteradas que sofri.
Simplício Araújo