O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) parece sofrer daquilo que pode ser a mistura da síndrome de Korkakoff com a síndrome da hipertimesia, o que de maneira resumida, o deixa preso ao passado, que ele faz questão de revisitar constantemente.
Em post recente, além de deixar claro essa condição, também exagera, tentando mais uma vez, dar verdade aquilo que os mais novos não viveram.
No X, rede social do Elon Musk, o comunista disparou, nesta quinta-feira (30), dia de tbt.
“Construímos sob o comando de Flávio Dino uma das mais importantes e históricas vitórias políticas do Maranhão.”, disse Jerry.
Sem tirar o mérito do ex-governador, que tem entre suas muitas virtudes, foco e determinação, aquela eleição foi o que chamamos de mamão com açucar.
Explico…
Até abril de 2014, o adversário de Flávio Dino seria o super-secretário do Governo do Estado, Luís Fernando Moura da Silva, que desistiu de concorrer ao governo, pois não convenceu a ex-governadora Roseana a deixar o cargo para concorrer ao mandato de senadora, sumindo da vida pública por alguns meses, até retornar em 2015, já como aliado de Dino.
O anúncio da desistência de LF, às vésperas das convenções, pegou a classe política de surpresa, e o substituo para a missão foi o pesado e desarticulado Edinho Lobão (MDB). Estava ali, definida uma das eleições mais fáceis para chegar ao Palácio dos Leões.
O resultado, todos já sabem, Dino foi eleito com mais de 1,8 milhão de votos, em eleição tranquila, já que era candidato único da oposição, (desconsiderando os nomes do Saulo Aracangeli, Zeluis Lago e Professor Josivaldo, que não representaram 1%, cada, na apuração), sendo 1 milhão de votos a mais do que sua votação de 2010, quando perdeu para Roseana no primeiro turno, e dividiu votos com Jackson Lago (PDT).
De fato, a vitória foi importante para Márcio Jerry, que mudou de vida, de padrão, e de status, passando a ser para Dino, o que LF foi para Roseana, o super-secretário.
Só nessa condição, apontado como o número 1 de Dino, voltou a pensar em conquistar um mandato. Antes, em 2006, até tentou uma vaga para a Assembleia Legislativa, terminando com míseros 3.079 votos, descobrindo seu real tamanho.
Naquele mesmo ano, para se ter uma ideia da discrepância entre Jerry, Brandão e Dino, o agora governador Carlos Brandão foi o terceiro deputado federal mais bem votado com 134 mil votos, seguido por Flávio Dino, eleito deputado federal com 123 mil votos.
Jerry voltou a disputar um cargo eletivo na reeleição de Dino, já considerado o homem do governo Dino, e aí, sagrou-se eleito com 134 mil votos, mostrando a influência da máquina.
Em 2022, na reeleição, despencou para 106 mil votos.
No post de Jerry, que dá título ao post do blog, ele concluí: “Por isso, 2014 é um ano que não acabou e nem acabará”.
Acabou Jerry, e sem a máquina do Governo, fica claro que até a renovação do mandato fica distante, por isso a prisão ao auge do passado.