Contador liga senador Weverton a empresas usadas por “Careca do INSS”, diz jornal

Investigação aponta vínculo entre agropecuária da família do senador e firmas ligadas a esquema de fraudes no INSS

Um contador ligado ao senador Weverton Rocha (PDT-MA) foi apontado como peça de conexão com o suposto esquema de fraudes comandado por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. A informação é do jornal Estadão.

O nome de Rodrigo Martins Correa aparece tanto em negócios familiares do parlamentar quanto em empresas que, segundo a Polícia Federal e a CPMI do INSS, teriam servido para lavar dinheiro obtido de forma ilegal.

Correa figura como administrador da DJ Agropecuária, registrada em nome do senador e de familiares para gerir propriedades rurais no Maranhão. Ao mesmo tempo, ele é sócio da Voga, firma citada em relatórios oficiais como responsável pela contabilidade de empresas do Careca em Brasília.

Empresas no radar da PF

Segundo a investigação, a Voga mantém vínculos financeiros com a Prospect Consultoria Empresarial, uma das engrenagens usadas pelo Careca para movimentar recursos de descontos associativos ilegais no INSS e repassar propinas a servidores da autarquia. Relatórios registram, inclusive, uma transferência de R$ 3,9 mil da Prospect para a Voga.

A apuração também mostra que a Voga está conectada a uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, usada para a compra de imóveis em Brasília e São Paulo avaliados em R$ 11 milhões. A polícia afirma que as transações foram feitas em 2024 para “ocultar a origem ilícita dos recursos”.

Depoimentos reforçam suspeitas

Na CPI do INSS, Milton Salvador de Almeida Júnior, ex-diretor financeiro do grupo de empresas de Antunes, afirmou que toda a contabilidade do empresário era controlada pela Voga.

Documentos apresentados à comissão mostram ainda que o endereço de e-mail usado pela agropecuária da família de Weverton coincide com o domínio da Voga.

O senador já vinha sendo mencionado na comissão em outra frente: a compra de um jet ski com recursos supostamente repassados pelo Careca.

Segundo a CPI, um secretário municipal do Maranhão recebeu R$ 100 mil do empresário, valor que teria relação direta com a aquisição da moto aquática.

Além disso, o nome de Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor e aliado próximo de Weverton, apareceu em relatórios da PF. Um dos operadores do Careca recebeu procuração para movimentar contas de uma empresa ligada a Gaspar.

Defesa

Procurado pelo jornal, o contador Rodrigo Martins Correa negou que haja irregularidade em sua atuação, argumentando que presta serviços a “mais de mil clientes” e que é “leviano” associar um cliente a outro apenas por dividirem o mesmo escritório de contabilidade.

A assessoria do senador Weverton Rocha classificou como “descabida” a apuração sobre a compra do jet ski e não comentou os demais pontos levantados pela investigação.

 

Com informações do site Infomoney

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