Os alunos ainda são capacitados para se tornarem jovens empreendedores no ramo da gastronomia
Da pré-história as influências dos povos árabes, dos portugueses as grandes potências europeias na idade moderna, além dos povos africanos e indígenas: quem diria que para entender as bases da culinária brasileira, principalmente a maranhense, seria preciso conhecer a culinária de tantos outros países e épocas. É essa imersão que os alunos do Formando e Cozinhando, projeto promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, viveram na última semana.
A cozinheira Luciana Lobato, 37, já conhece bem esse histórico na prática, mas encontrou no projeto a oportunidade de se aprofundar. “Eu já tenho o meu pequeno negócio e sempre faço cuxá, peixe frito e torta de camarão. Então, para mim, estar tendo contato com esse assunto vem expandido ainda mais meus conhecimentos, porque na cozinha a gente sempre tem mais a aprender”, ressaltou ela.
A aluna conta ainda que, desde a estreia do curso, em 2021, ela vem tentando uma oportunidade. “Eu quis participar do Formando e Cozinhando desde a 1ª edição. Infelizmente, eu não consegui. Agora, eu estou aqui, podendo aprender ainda mais do que eu tanto amo, daquilo que é a minha vida”, confessou, emocionada.
O projeto, que está na sua 2ª edição, propõe qualificar profissionais de cozinha de baixa renda a fim de prepará-los para o mercado de trabalho. Neste ano, são duas turmas, com 30 alunos cada, tendo cinco vagas de cada turma destinadas aos membros da comunidade LGBTQIA+. Ao longo do curso, serão 12 chefs de cozinha ministrando diferentes módulos, entre eles, estão chefs de renome internacional, de aldeias indígenas e também de quilombos.
Para o secretário da Sedes, Paulo Casé Fernandes, o curso vem abrindo portas para diversas famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Por meio dessa capacitação ofertada pela Sedes, muitos chefes de família conseguem estabelecer um meio financeiro de vida ou expandir o que já têm”, afirmou. Ele ainda completou ao destacar que, assim como na edição anterior, a deste ano vai revelar muitos chefs de cozinha maranhenses com destaque nacional e até internacional.
Sobre a experiência de imersão proposta pelo projeto, a aluna Josilene Soares, 34, vê como o primeiro passo para profissionalização. “Nós já temos um conhecimento na área, mas estamos tendo acesso conteúdo profissional nesse curso. Isso é muito importante, porque, por meio do Formando e Cozinhando, iremos nos tornar futuros chefs de cozinha”, comemorou.
O curso, que iniciou no dia 4 deste mês, tem duração de 90 dias e é voltado para jovens e adultos, com idade mínima de 21 anos, oriundos de escolas públicas e com experiência prévia no ramo gastronômico de, no mínimo, 2 anos. “Para garantir a permanência desses alunos, além de subsidiar os gastos deles ao longo da capacitação, a Sedes também fornecerá uma bolsa-auxílio de R$ 500,00 por mês para cada participante”, explicou o secretário Paulo Casé.
Futuros empreendedores
Além da qualificação teórica e prática de cozinha, os alunos também têm acesso a uma formação básica em gestão e empreendedorismo. O objetivo é proporcionar ferramentas para estimulá-los a criar o próprio plano de negócios. “Com essas ferramentas, por exemplo, eles podem transformar as produções caseiras, como bolo ou pães, em um produto a ser comercializada ou até mesmo serem contratados como gestores de um restaurante”, explica a secretária adjunta da Sedes e coordenadora do Projeto Formando e Cozinhando, Ana Gabriela Borges.
Futuramente, os alunos de ambas as turmas do projeto apresentarão painel com os planos de negócios criados. Cada aluno terá o prazo de 30 dias para desenvolver o seu projeto. “As três primeiras semanas do curso nortearão eles no plano de negócio que irão explorar e a se tornarem jovens empreendedores da cozinha do Maranhão e do Brasil”, completou Ana Gabriela.
Imersão em laboratório
Nessa quinta-feira (27), os alunos do Formando e Cozinhando viverão experiências em laboratório, onde verão, por meio de microscópios, o processo de conservação dos alimentos e o perigo de não se trabalhar a qualidade dos produtos.
A aula ocorre com as duas turmas, no período 8h às 10h e das 10h às 12h, no IEMA Gastronomia, localizado na Rua do Egito, 282 – Centro. A nutricionista Rafaelle Corrêa, do Banco de Alimentos, será a capacitadora.